sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A relação dos radicais livres com a aterosclerose!


E ai galera!Bem, vamos falar agora sobre como os radicais livres participam na formação da placa de ateroma e, como conseqüência, do desenvolvimento da própria aterosclerose.
A aterosclerose é caracterizada pelo acumulo de colesterol em forma de placas chamadas ateromas nas camadas internas das artérias,o endotélio.O LDL(aquele q eu é mais conhecido com MAU colesterol),por ser rico em ácidos graxos insaturados, é facilmente atacados por radicais livres,e peroxidado(por um processo chamado lipoperoxidação que será explicado em outro post). A aterosclerose manifesta quadros de complicações severas como o AVC, DAC(doença arterial coronária) e doença vascular periférica,infarto do miocárdio,isquemia cerebral,insuficiência cardíaca e morte.
Em grande partes dos países (em foco os países desenvolvidos ou e desenvolvimento como o Brasil) do mundo,a aterosclerose e suas manifestações são as principais causas de doença e morte.
Alguns fatores de risco para o desenvolvimento destas doenças são
-hipertensão
-tabagismo
-dislipidemias (alto LDL e baixo HDL)
-obesidade
-sedentarismo
-estresse psicossocial
-envelhecimento
-diabetes melito
-historia familiar positiva para aterosclerose

É incrível observar portanto que uma das doenças que mais matam em todo o planeta poderia ser evitadas,pois,excluindo os fatores hereditários e o envelhecimento(que não são as causas mais comuns),todos os outros fatores de risco podem ser controlados pelo paciente,se este tivesse uma vida mais saudável,buscando obter uma maior longevidade.Observamos também que todos esse fatores que são passiveis de "controle" pelo paciente,também são fatores que predispõem à formação de radicais livres.

E é exatamente esse o objetivo deste post, explicar a bioquímica da atuação de radicais livres.A oxidação da LDL é um processo de peroxidação lipídica dos ácidos graxos poliinsaturados presentes na sua superfície.Esse processo de peroxidação leva a um rearranjo molecular e formação de peróxidos lipídicos,uma reação em cadeia que gera novos radicais livres peroxila.Uma oxidação de 70% da apoproteina b100 do LDL, deixa-o mais eletronegativo e irreconhecível pelas apoproteinas b100 dependentes dos macrófagos ,que fagocitam essas moléculas,via receptores de varredura.Os receptores específicos de LDL, “apo B-100 dependentes”, são receptores que as células do organismo possuem para regular o processo de formação do colesterol.Quando há mais colesterol dentro da célula, há inibição tanto da formação de colesterol endógeno, via acetil-CoA, quanto da síntese do receptor específico, evitando assim a entrada de novas partículas de LDL contendo colesterol esterificado.Os receptores de varredura presentes nos macrófagos não possuem esse fator de regulação,levando a fogocitose desenfreada de LDL,e com isso, acumulo de colesterol no seu interior.Quando estes macrófagos são convocados para recuperar alguma eventual lesão,eles lisam e espalham esse material oxidado sobre o tecido lesado,o que atrai mais macrófagos para o local,que rapidamente se transforma num acumulo de colesterol no local,caracterizando o ateroma.O LDL oxidado ainda diminui a motilidade dos macrófagos alem de serem citotóxicos.O acumulo de LDL e tamanho que o macrófago torna-se uma célula espumosa.O excesso de LDL no interior da célula também faz com que ela penetre no endotélio arterial e se ligue à matriz extra celular deste,que é rica em colágeno,elastina e proteoglicanos.A progressiva oxidação de LDL por radicais livres liberados pelas próprias células do local(endoteliais, macrófagos e musculatura lisa)levam a secreção de fatores quimiotáticos e moléculas de adesão, atraindo monócitos que sofrem diferenciação em mais macrófagos e formação de mais células espumosas que formam o primeiro estagio do ateroma,a estria gordurosa.Essa estria gordurosa evolui para um estagio de placa fibrótica,que já acomete a luz arterial, há acumulo de tecido conjuntivo extracelular e agregação de linfócitos T.Sob esta capa celular existe um tecido necrótico,cristas de colesterol e áreas de calcificação(caracterizando o terceiro estagio da placa, a placa arteroscreotica) .A placa arteoscreotica pode sofrer varias complicações de varias maneiras, como por trombose, hemorragia e calcificação.O comprometimento do endotélio leva a perda de funções seletivas e secretoras de substâncias vasodilatadoras e anticoagulantes,quebrando o equilíbrio existente.A agregação plaquetaria ainda pode perpetuar o processo e levar a sua manifestação clínica através das mais variadas síndromes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário